Delegados de 150 países chegaram neste sábado na cidade de Kigali, Ruanda, a um acordo que tem sido descrito como "monumental" e uma grande vitória para o clima.
Seu objetivo é remover gradualmente os gases hidrofluorocarbonetos (HFCs), que são amplamente utilizados em refrigeradores, condicionadores de ar e aerossóis e são considerados muito prejudiciais para o meio ambiente.
Ricos primeiro
O novo acordo será composto de três padrões para diferentes países, pois o objetivo é que as nações ricas reduzam a utilização de hidrofluorocarbonetos de forma mais rápida do que as pobres:
- Economias mais desenvolvidas como as que integram a União Europeia e os Estados Unidos começarão a limitar a utilização de HFCs em poucos anos e a reduzir seu uso em pelo menos 10% a partir de 2019.
- Algumas nações em desenvolvimento como a China e países da América Latina congelarão o uso de HFCs a partir de 2024.
- Outras nações em desenvolvimento como a Índia, Paquistão, Irã, Iraque e os Estados do Golfo não congelarão seu uso até 2028.
- China, o principal fabricante de HFCs, não começará a reduzir sua produção ou uso até 2029.
- India começará a redução depois. Em 2032, se prevê que fará seu primeiro corte de 10%.
"É um dia histórico, certamente," disse Durwood Zaelke, membro do Instituto para o desenvolvimento sustentável e governabilidade (IGSD, na sigla em inglês), organismo que tem participado das negociações desde o Protocolo de Montreal.
"Nós viemos com a ideia de conseguir a redução intermediária e vamos partir de Kingali com cerca de 90% das modificações feitas", disse o especialista.
O mercado
Os defensores insistem que o acordo alcançado em Kigali vai ficar sobre o fundamento posto pelo Acordo de Paris, que foi assinado por mais de 190 países e entrará em vigência no início de novembro. O acordo foi firmado com o objetivo de limitar o aumento da temperatura global a menos de 2 graus Celsius.
Questionamentos
Mas alguns críticos indicam que o compromisso teria um impacto menor do que o esperado.
Eles questionam as concessões dadas para Índia e China, porque elas, em sua opinião, enfraquecem o impacto global do acordo.
"Eles precisavam chegar a um acordo aqui para que parecesse como legado de Obama. É por isso que a delegação dos EUA tem sido muito agressiva para que China e Índia a adiram ao acordo", disse Paula Tejon Carbajal, da ONG Greenpeace International.
"É um passo na direção (redução) de 0,5 grau, mas ainda não foi alcançado. Eles dizem que o mercado vai trabalhar para nos levar até lá, mas nós não estamos lá ainda", acrescentou.
Fonte:
http://www.bbc.com/news/science-environment-37665529
http://www.bbc.com/news/science-environment-37665529
http://www.reuters.com/article/us-un-climatechange-deal-idUSKBN12F02T